14/02/2016 - Só Notícias
Governador em exercício, Carlos Fávaro (PSD), vai representar o Estado de Mato Grosso na próxima quarta-feira (17), em reunião de chefes de Executivos estaduais, em Brasília. O encontro será integrado por comitiva de empresários da China, interessada em investir no modal de transporte ferroviário, com traçado que passa pelo estado. Ele vai substituir Pedro Taques (PSDB), que viaja hoje (14) ao exterior para participar do Fórum Global para Inovações na Agricultura, que será realizado em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Taques irá apresentar as potencialidades de Mato Grosso, com meta de atrair investidores.
O encontro em Brasília segue a mesma ótica, com tentativa de convencer empresários a apostar as fichas no cenário de desenvolvimento do Estado. “Essa reunião em Brasília já é fruto do trabalho iniciado pelo governador Pedro Taques no ano passado, com relação a Ferrovia Transoceânica (ligando o Brasil ao Peru), e pode ser dita a Fico (Ferrovia Integração Centro-Oeste), que é a mesma”, explicou se referindo a integração do sistema.
Fávaro frisa a importância da consolidação do modal ferroviário em Mato Grosso como alternativa para redução de custos no escoamento da produção agrícola. “Custa tanto a logística para o Centro-Oeste brasileiro que não tenho dúvida da viabilidade econômica. Pagamos o frete mais caro do mundo. Se nós simplesmente trocarmos de modal, do rodoviário para o ferroviário, é possível ganhar entre U$ 50 e U$ 60 (dólares) por tonelada. Isso é um ganho significativo. E temos outras perspectivas de ferrovias”.
Em termos gerais, o preço do frete do transporte ferroviário é 25% a 30% mais econômico que o rodoviário. Em relação a Ferrovia Transoceânica, ainda estariam em andamento estudos sobre sua viabilidade econômica para o Estado. Números preliminares teriam atraído investidores, como assegura o governador em exercício.
“A Fico é tratada dentro do contexto regional. E a Transoceânica, do Atlântico ao Pacífico, mas que já teve um primeiro desdobramento, quando apresentamos as potencialidades para aquela comitiva que veio a Mato Grosso. E agora a convite do embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, ele está trazendo os empresários que tem interesse em fazer investimentos nessas ferrovias, quer seja segmentada, porque não precisa trabalhar toda. Pode se pegar em pontos mais importantes e ligar a terminais portuários fluviais, como em Porto Velho, ligando a Ferrovia Norte e Sul que é a Fico, ligando de Leste a Oeste. Então ela já pode começar a ser construída, tendo lógico depois o objetivo de ligar Atlântico ao Pacífico”, afirmou.
Em 2015, grupo de engenheiros da China percorreu trechos no Estado onde devem passar os trilhos. Em Mato Grosso, existem projetos para implantação de novos trechos ferroviários, como a Ferronorte, ligando Rondonópolis a Cuiabá, além da Cuiabá-Santarém contando com parceria de chineses. Segundo o governo federal, no Brasil, a megaferrovia (Transoceânica) também terá pontos de ligação nos estados de Tocantins e Acre, atravessando os Andes até chegar ao porto do Peru.
Fávaro lembra que cabe ao governo federal a política de execução do modal, sendo Mato Grosso um dos estados apoiadores da implantação do sistema ferroviário. “O governo do Estado estará sempre apoiando, porque esse é um papel da União, do governo federal. E o governo estadual apoiará sempre esse marco de desenvolvimento, a mudança de modal”.
O estudo da ferrovia está em andamento por meio de parceria com o governo da China. Ela partiria do Peru, passando pelo Acre, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em mais de 4 mil quilômetros. São estimados pelo menos R$ 30 bilhões em investimentos para agilizar o escoamento da produção agrícola, principalmente a mato-grossense.
As hidrovias seguidas das tubovias, continuam sendo a forma mais econômica de movimentar produtos, e principalmente na região Amazônica em que os rios são abundantes e os terrenos alagadiços.
ResponderExcluirPorem, o trecho que realmente passou a ser prioridade para o produtor é a ferrovia que liga Sinop a Miritituba. O novo traçado foi incluído no pacote de concessões que será detalhado em junho de 2015, a pedido do próprio setor produtivo.
O novo projeto correria paralelo à rodovia BR-163, que já foi concedida à iniciativa privada até Sinop-MT. A partir desse ponto, portanto, a nova ferrovia subiria cerca de 990 km rumo ao Pará, até chegar a Miritituba-PA, que fica próxima a Itaituba onde diversas tradings de grãos já erguem um novo complexo para o escoamento de grãos.
Essa rota é bem mais interessante para o produtor porque, a partir do Pará, é possível acessar a hidrovia do Rio Tapajós e, assim, se conectar ao Rio Amazonas. "Na prática, isso significaria menor custo".
Os produtores até chegaram a calcular o preço do escoamento, e concluiu-se que cada tonelada de carga que saísse por trilhos de Lucas do Rio Verde com destino aos portos do Peru ficaria US$ 40 mais cara que aquela destinada aos portos de Santos ou Paranaguá.
Relembrando alguns episódios de conflitos com países da América do Sul, além da dificuldade desta ferrovia Transcontinental transpor a Cordilheira dos Andes, algo que nem a Argentina e o Chile conseguiram para interligar suas ferrovias mesmo possuindo a mesma bitola, Indiana (1,676 m).
Por ocasião da construção da usina hidroelétrica de Itaipu o Brasil durante o regime militar, o Brasil financiou 100% da obra, e o pagamento do financiamento seria com a conta da energia elétrica excedente que o Paraguai não consumiria e venderia ao Brasil, porém durante o governo Lula o custo da energia vendida triplicou, pois se quebrou o acordo, semelhante ao que aconteceu com relação à Bolívia, na qual a Petrobras investiu pesadamente na recuperação da unidade extração de gás, e teve suas unidades invadidas e expulsas pelo atual governo Morales, e desfecho semelhante teve com relação ao Equador pelo governo de Rafael Correa que expulsou e não ressarciu uma empresa de engenharia Odebrecht que prestava serviços de engenharia locais, e ainda com relação á Venezuela, firmou-se compromisso de parceria com o governo Chaves para construção de refinaria em Pernambuco, e depois seu sucessor Nicolas Maduro declinou deixando a Petrobras bancando sozinha na construção da RNEST-PE.
Conclusão;
Pelos vários episódios passados com os demais países vizinhos da América do Sul já descritos, fica demonstrado que estes não costumam honrar seus compromissos para com outrem, com grande instabilidade política na região.
Os governantes do país pós regime militar (1985) tem uma tradição de não concluir nenhuma obra de grande porte (PAC), e nem Angra–III a única grande obra inacabada desde 1985 não conseguiram operar.
Em uma Relação Internacional, a China atualmente possui excesso de liquidez monetária, e escassez de matérias primas, e sabe, e quer emprestar o maior volume possível com o aval do Brasil, pois aqui, os governantes, independente dos partidos de plantão costumam honrar seus compromissos.
O investimento chinês é bem vindo, porém a alternativa de envolver mais de um país, e ter que atravessar os Andes, não me parece ser a solução mais adequada no momento, e a alternativa doméstica Sinop-MT / Miritituba-PA (Na região central do Pará) com 990 km de ferrovia no momento é a solução mais simples, rápida, curta, econômica , além de transitar por uma região relativamente mais plana que a proposta anterior .
De qualquer forma, a participação da indústria de material ferroviário local é fundamental, o país padece da geração de empregos, pois além das carências locais ainda esta recebendo milhares de refugiados de outros países, e a fonte monetária com esta forma de farta distribuição de bolsas sem contrapartida da produção já se esgotou.