Contorno ferroviário é defendido em audiência pública em Juiz de Fora

25/06/2015 - G1

A passagem da linha férrea no perímetro urbano de Juiz de Fora foi o tema de audiência pública realizada nesta quinta-feira (25) na Câmara Municipal de Juiz de Fora. O contorno ferroviário e a utilização da linha do trem para o transporte de passageiros foram defendidos pelos representantes da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A audiência foi convocada pela comissão.

O deputado estadual Noraldino Junior presidiu o encontro que foi o primeiro de três debates sobre a questão. Ele dirigiu questionamentos ao gerente-geral da MRS Logística, Sérgio Carrato e ao secretário municipal de Transporte e Trânsito, Rodrigo Tortoriello. 

A passagem de trens na cidade é possível devido à concessão do Governo Federal, com duração de 30 anos, faltando apenas dez anos para que a MRS continue utilizando o espaço ou opte pela renovação por mais 30 anos. Com a prorrogação devem ser pensados investimentos significativos para o município. Os impactos da linha férrea na mobilidade urbana, a segurança de pedestres e motoristas, os impostos pagos à cidade, a construção de viadutos e trincheiras e o compartilhamento da linha para transporte de passageiros foram as questões abordadas por Noraldino. 

O deputado Lafayette Andrada lembrou que a questão viária é histórica e as soluções definitivas de alto custo. Ele citou os pontos de gargalo no trânsito e defendeu que os trilhos sejam utilizados para o transporte coletivo. 

Também representando a Assembleia, o deputado Márcio Santiago cobrou uma resposta da empresa. "Juiz de Fora tem um aumento crescente de veículos. Cada trem possui 1,5 Km de extensão. Precisamos avaliar os prós e contras do transporte de trens de carga na cidade". Ainda de acordo com o parlamentar, em 2014, foram recolhidos cerca de 15 toneladas de lixo nas margens da linha. 

Defensor do contorno ferroviário, o vereador Julio Gasparette defendeu que o tráfego de cargas pela via férrea deve migrar da área urbana de Juiz de Fora para o novo trajeto na proximidade do Rio do Peixe, iniciando em Sobragi até a Mercedes-Benz, cerca de 55 Km, dando lugar ao transporte de passageiros, o que diminuiria o custo da passagem. "Para isso, torna-se necessária a união dos entes federativos – município, Estado e União – com a iniciativa privada", enfatizou. 

Muitos dos participantes da audiência pública enfatizaram que o momento é oportuno para a discussão porque é a primeira vez que nove representantes da região foram eleitos (cinco deputados estaduais e quatro federais). Representantes das comunidades falaram da insegurança nas passarelas e no entorno das linhas. 

De acordo com o secretário da Settra, a Prefeitura se preocupa com o conflito do trem de carga e as pessoas. "Se o tempo em que o trem passa pelo centro se estender, desregula o horário de todo o transporte coletivo". Ele se posicionou em enfatizar debates sobre os conflitos para o apontamento de soluções. Uma das causas defendidas é a conexão da linha para o transporte de passageiros. Rodrigo Tortorielo afirmou que irá encaminhar todas as indagações feitas na audiência por meio de documento oficial. 

O representante da MRS, Sérgio Carrato, defendeu o contorno ferroviário e enfatizou que as lideranças da região devem unificar as forças para alcançar esse objetivo. Sobre as 14 mortes na linha do trem em 2014, citadas na audiência, ele não acredita que o número seja elevado e comparou com acidentes envolvendo motociclistas, que são 14 por dia. A imprudência de motoristas e pedestres, para ele, é a causa dos acidentes envolvendo trens. "Em Juiz de Fora, são 40 Km de linha ferra na área central e cortam a cidade de 20 a 25 trens por dia. O município é o único que conta com todas as cancelas automáticas", esclareceu.

Fonte: G1
Publicada em:: 25/06/2015