Norte-Sul terá de se unir a outras ferrovias, afirma CNI

23/11/2014 - Folha de S. Paulo

A ferrovia Norte-Sul, a maior em construção do país, só será competitiva se seus trilhos forem integrados a outros projetos ferroviários, indica estudo da CNI.

Sob o controle da Valec (estatal de ferrovias), a Norte-Sul está em obras desde a década de 1980 e poderá chegar a uma extensão de 4.197 quilômetros de trilhos que passarão por nove Estados.

Ao longo desse traçado, a interligação com as ferrovias Transnordestina e FIOL (Integração Oeste-Leste) será a mais estratégica, afirma a pesquisa da confederação.

"Essa será a saída mais barata para exportar a produção do agronegócio que está cada vez maior e se enraizando pelo Nordeste", analisa Wagner Cardoso, gerente de infraestrutura da CNI.

Juntas, as três ferrovias poderão exportar commodities utilizando cinco portos diferentes: Vila do Conde (PA), Itaqui (MA), Pecem (CE), Suape (PE) e Ilhéus (BA).

O estudo, no entanto, não traça uma projeção da quantidade de produtos que será escoada pelas três ferrovias.

Cita apenas que entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA), um trecho de 457 km da Norte-Sul, deverão circular 14,3 milhões de toneladas de produtos até 2023.

No momento, dos sete trechos previstos da Norte-Sul, apenas o localizado entre as cidades de Açailândia (MA) e Palmas (TO) está em operação, sob concessão da Vale.

"A obra gerou questionamentos socioambientais e de gestão. Pronta, vai tirar o país do atraso", diz Cardoso.