Governo federal avança na licitação da Ferrovia do Centro Oeste

22/08/2014 - Cenário MT

A ampliação da malha ferroviária no Estado sempre foi uma luta de Wellington, que já fomentou diversos debates para tratar de alternativas na logística de Mato Grosso.

Uma semana após o deputado federal Wellington Fagundes ter ido ao Palácio do Planalto reivindicar celeridade nos projetos de logística de transporte em Mato Grosso, o ministro da pasta, Paulo Sérgio Passos, anunciou nesta quinta-feira (21) que o edital para a concessão da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), ligando Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO), já está "em fase de sintonia fina" para ser publicado.

Com 883 quilômetros, o trecho tem uma previsão de R$ 5,4 bilhões em investimentos e, de acordo com o ministro, a implantação do trecho será de grande relevância para o escoamento da produção de grãos na região Centro-Oeste. Essa será a primeira licitação de trecho ferroviário do Programa de Investimentos em Logística (PIL), lançado em agosto de 2012. O programa prevê concessão para a construção de 11 mil quilômetros de ferrovias no país.

No dia 13 de agosto, Wellington Fagundes, na condição de presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem (Frenlog), foi recebido em audiência pelo ministro da Articulação Institucional, Ricardo Berzoini, ao qual solicitou atuação conjunta dos órgãos do governo para que os projetos que ainda dependem de liberação de verbas, estudos e licitações tivessem esses trâmites agilizados. Wellington recebeu de Berzoini a promessa de que levaria o problema para as esferas competentes, o Ministério dos Transportes, a agências reguladoras dos setores afins, o Dnit e a Valec, estatal responsável pelas ferrovias.

De acordo com Passos, o edital será publicado "tão logo consigamos ajustar e aplainar todos os aspectos que são reivindicados ou que possam significar algum tipo de dúvida no setor privado". O objetivo, segundo explicou, é garantir segurança para a licitação. Ele falou sobre o edital após participar do seminário Brasil nos Trilhos, organizado pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) e a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
Atuação

A ampliação da malha ferroviária no Estado sempre foi uma luta de Wellington, que já fomentou diversos debates para tratar de alternativas na logística de Mato Grosso, como é o caso da Ferrovia Vicente Vuolo (Ferronorte) no trecho entre Rondonópolis - Cuiabá - Santarém (PA), a Ferrovia de Integração do Centro Oeste (Fico) em Lucas do Rio Verde e a Ferrovia do Grão (Ferrogrão).

O prolongamento dos trilhos da Ferronorte até Cuiabá já está em fase de conclusão dos estudos de viabilidade técnica e ambiental. O trabalho foi realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Já o novo projeto de logística para o Nortão de Mato Grosso é a Ferrovia do Grão (Ferrogrão), que tem seu traçado entre Sinop e o porto de Miritituba, no Rio Tapajós, no Pará, numa distância de cerca de 1.000 km. A Ferrogrão será o canal de saída para metade da produção de soja, milho e farelo de Mato Grosso, que deverá atingir 50 milhões de toneladas em 2020. Hoje, a produção é de 23 milhões de toneladas. Por causa da posição estratégica, Itaituba, da qual Miritituba é um distrito, já conta com praticamente todas as grandes empresas do agronegócio.

Para a construção desta linha férrea, foram apresentadas 16 propostas. Diante disso, o Governo Federal deu prazo de seis meses para elaboração de estudo de viabilidade técnica e a apresentação dele. "Isto demonstra a atratividade de Mato Grosso para os investidores. Todos reconhecem a riqueza deste Estado que vem despontando em todo o mundo", destacou Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-logística de Mato Grosso.