Dilma visita trecho da Ferrovia Norte-Sul

08/08/2014 - O Globo

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, vistoriou nesta sexta-feira à tarde em Iturama, na divisa de Minas Gerais com São Paulo, obras da Ferrovia Norte-Sul, que tem um trecho embargado pela Justiça Federal. A ferrovia passa no meio de um assentamento a 10 quilômetros do local em que a presidente esteve, com 97 famílias.

A Valec, responsável pelas obras, já decidiu que irá indenizar os assentados, mas ainda não fez o pagamento. Por causa disso, as famílias ingressaram na Justiça Federal. A juíza Cláudia Aparecida Salgue, de Uberaba, determinou a suspensão da obra até o pagamento da indenização. Segundo Mário Rodrigues, diretor de engenharia da Valec, a estatal já está com o dinheiro para cumprir a determinação.

Apesar de cumprir agenda de presidente, imagens da visita foram gravadas pela equipe de campanha para serem exibidas no horário eleitoral gratuito, que começa no dia 19. Dilma chegou a bordo de uma composição moto-niveladora e, ao descer, foi recepcionada por centenas de operários vestidos com macacões. Ela abraçou alguns mais efusivamente e posou para fotos.

Dilma destacou que a Ferrovia Norte-Sul começou a ser construída há 27 anos e que a obra ficou parada por muito tempo. Ela acrescentou ainda que o projeto agora é fazer com que os trilhos cheguem até o Rio Grande do Sul.

— O que fica claro é que o Brasil durante muitos anos, duas décadas e meia, não fez o dever de casa, que era construir ferrovias para transportar toda nossa produção agrícola, minerais, que tinham que escoar. Isso provocava grande congestionamento de caminhões nos portos — afirmou.

A presidente vistoriou o trecho 5 da ferrovia, que tem 146 quilômetros de extensão entre União de Minas (MG) e Estrela do Oeste (SP), com obras orçadas em R$ 550 milhões. O prazo de entrega é abril de 2015. No total, de Açailândia, no Maranhão, a Rio Grande, a Norte-Sul, quando estiver completa, deve ter 3.674 quilômetros.

— Será a coluna vertebral do Brasil. A Europa resolveu seu problema ferroviário no final do século 19 e nós estamos resolvendo agora —disse Dilma.