Dilma minimiza problemas na Ferrovia Norte-Sul

13/08/2014 - O Estado de SP


A presidente Dilma Rousseff admitiu ontem os problemas apontados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em um trecho de 220 km da Ferrovia Norte-Sul que terá de ser reparado antes de ser liberado ao tráfego de cargas, como revelou ontem o Estado.

"Sempre, numa rodovia ou em qualquer projeto, numa rede de transmissão, por exemplo, você faz comissionamento para ver onde vai dar problema, porque algum (problema) vai dar antes de iniciar a operação", disse, ao visitar um pátio de cargas da ferrovia em Anápolis (GO). Dilma já havia ido ao mesmo local em 22 de maio deste ano, para inaugurar um trecho de 855 quilômetros.

Em rápida declaração, Dilma afirmou que a ANTT emitiu uma licença de funcionamento (entre Porto Nacional e Gurupi), mas determinou que a Valec cumpra uma série de medidas. "Aqui, a ANTT emitiu uma licença, determinou para a Valec que ela tem de cumprir uma série de medidas, ela tem de fazer uma série de medidas para que ela esteja em condições de fazer os testes finais", disse. "Vai ter de substituir dormentes de madeira, mas é que esses que estavam lá a ANTT achou que não estão bons."

E tentou minimizar a determinação da agência: "Tem de ver aquilo que foi objeto de roubo, de vandalismo. Tem de fazer todas essas medidas e, a partir daí, começar a fazer teste. Teste significa que não vai poder andar na mesma velocidade. Vai começar devagar."

Ao chegar ao porto seco de Anápolis, Dilma cumprimentou trabalhadores e percorreu um trecho de 4 quilômetros em uma locomotiva, sempre acompanhada por uma equipe de filmagem. "Acredito que a Norte- Sul será uma das grandes realizações", declarou.

A vistoria da ANTT encontrou dormentes de madeira" inservíveis" em Tocantins. Embora tenha sido instalado em 2010, o material estragou por falta de manutenção de rotina durante uma fase da obra. Uma das condições para a operação da linha é a substituição dos dormentes.

O estado de semiabandono facilitou também a ação de vândalos, que roubaram material de fixação, como pregos que prendiam os trilhos, e até mesmo os próprios trilhos. Houve até a tentativa de roubo de um guarda- corpo de uma ponte. Os ladrões conseguiram soltar um lado, mas não repetiram o feito do outro lado. A estrutura ficou pendurada, segundo os relatos.