TAV permanece na "linha de projetos" da União

12/12/2013 - Valor Econômico

O ministro dos Transportes, César Borges, disse ontem que o Trem de Alta Velocidade (TAV), que interligará as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, continua na "linha de projetos" do governo que precisam sair do papel.

"O trem de alta velocidade está nos projetos. Como este ano só tivemos um interessado em participar da licitação, o governo achou por bem adiar o processo de licitação que escolheria a tecnologia a ser usada na operação", disse Borges, em audiência pública Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.

O ministro afirmou que somente a Alstom se interessou em participar da licitação que seria realizada em setembro deste ano. Desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo tem tentado licitar o projeto, que já acumula diversos adiamentos.

Durante a audiência, o ministro frisou ainda ser um "adepto" da adoção do modelo de trem de alta velocidade no Brasil. Do contrário, disse ele, a ligação das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo terão que contar com novas alternativas de aeroportos e rodovias de alta capacidade para garantir o atendimento da demanda futura de fluxo de passageiros.

Borges questionou o fato de outros países como China, Espanha, França Alemanha, Japão e Coreia do Sul contarem com trens de alta velocidade em operação e o Brasil não. "Acho que é um avanço tecnológico para o Brasil. Temos que pensar grande, pensar no futuro", ressaltou.

Segundo estudos do governo, o trem-bala terá investimentos de R$ 35,6 bilhões, a preços de 2008. Após sucessivos adiamentos, o modelo de licitação passou por adaptações que levaram o leilão ser dividido em duas etapas.

Na primeira fase será escolhida a empresa detentora da tecnologia, que vai operar o trem por 40 anos, ficando responsável pelo investimento de R$ 8,7 bilhões. Em seguida, será feita a segunda etapa do leilão para a escolha das empresas que realizarão obras de infraestrutura (pontes, viadutos, túneis e via permanente), que consumirá R$ 26,9 bilhões, a preços de 2008.