Trem regional: Estado do RS pode encaminhar projeto

9/11/2013 - Serra Nossa

Indicação é de que governo gaúcho cadastre proposta de financiamento no PAC

Por Jorge Bronzato Jr.

Para tentar agilizar a elaboração do projeto executivo do trem regional, a Serra começa a buscar alternativas mais próximas do que somente a espera por definições do governo federal. Na última semana, em reunião em Porto Alegre, o secretário municipal de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, Mauro Moro – um dos representantes da região no Conselho Consultivo do Grupo de Trabalho Trens de Passageiros (CCTP) –, sugeriu ao governo do Estado que inscreva a proposta na próxima etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A demanda foi levada ao secretário de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, e a resposta do Executivo gaúcho pode vir nas próximas semanas. O objetivo da busca de novos caminhos nos bastidores é, segundo Moro, poder apresentar novidades já na audiência pública marcada para o dia 12 de dezembro, em Bento Gonçalves. A principal delas seria justamente o anúncio de lançamento do edital para contratação da empresa responsável pelo planejamento. O evento deverá ter a participação de membros do Ministério dos Transportes, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans), responsável pelos estudos de viabilidade.

De acordo com o secretário Mauro Moro, ainda não é possível calcular o quanto poderia custar o desenvolvimento do projeto, mas ele estima um valor superior a R$ 1 milhão, pelo tamanho e complexidade da futura obra. "Nós vimos isso ser feito no Paraná, lá o governo encampou o projeto. Também estamos tentando trazer algo novo para a nossa comunidade", afirma Moro.

O projeto

Em maio, em encontro realizado em Caxias do Sul, foram apresentados os estudos para implantação do Trem regional da Serra Gaúcha, baseados em dois cenários principais. O primeiro contemplaria o traçado original, de cerca de 62 quilômetros de trilhos, e ligações diretas entre as cinco cidades envolvidas no projeto – Bento, Caxias, Garibaldi, Carlos Barbosa e Farroupilha. Ele esbarra, entretanto, no fato de envolver, em sua maioria, curvas com raios menores a 200 metros, que não permitiriam velocidade média superior a 30 km/h.

A possibilidade mais concreta é de uma nova rota, com uma linha principal menor, de 45 quilômetros, unindo Bento e Caxias, e passando por Farroupilha. Nesse caso, seriam construídos 33 novos quilômetros de malha ferroviária e aproveitados 12 da atual. Garibaldi e Carlos Barbosa se conectariam ao sistema por meio de um ramal de integração. Seriam, no total, aproximadamente 58 quilômetros nesse cenário, com uma estimativa de mais de 9,4 mil usuários por dia, 7 mil a mais que no anterior. As tarifas ficariam em torno de R$ 6 para viagens integrais, com duração entre uma hora e uma hora e meia.

O primeiro cálculo para que a ação se concretize aponta para custos de R$ 255 milhões e pelo menos três anos de trabalho para que o serviço entre em funcionamento. Segundo o próprio Moro, em matéria publicada no SERRANOSSA no final de agosto, a prefeitura já manifestou interesse ao Ministério das Cidades em financiamentos que podem chegar a R$ 68 milhões para investimentos em adequações que permitam acolher o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no município. Seriam instaladas pelo menos quatro estações na zona urbana, além de uma possível ligação com o distrito de Tuiuty.

Fonte: Serra Nossa