Desapropriação muda traçado da Transnordestina

11/03/2013 - Folha de Pernambuco

A ferrovia Transnordestina terá uma nova mudança de traçado em terras pernambucanas por conta de entraves na desapropriação. A alteração servirá para livrar os centros urbanos das cidades de Gameleira, Escada e Ribeirão. Segundo o secretário executivo de Projetos Estruturadores da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sdec), Luiz Quental, a localização teria entraves (processos mais onerosos), além de dificuldade na liberação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que faria as licenças saírem mais caras e mais burocraticamente.

A troca de gestão da Transnordestina Logística (TLSA), empresa que administra a obra, também foi determinante para a decisão. "Na primeira reunião com o novo presidente da TLSA, Angelo Baptista, foi solicitada uma visita a campo para avaliar a situação dos locais e avançar com os processos de desapropriação da obra em Pernambuco. A TLSA solicitou que fosse feito um estudo para um novo traçado, já que, de fato, manter o traçado original seria complicado e não seria a melhor opção", pontuou Quental.

A TLSA foi procurada pela reportagem e confirmou que a mudança será feita, mas que o novo trajeto ainda passa por estudo. Em nota via assessoria de Imprensa, afirmou estar "estudando todas as alternativas possíveis para minimizar qualquer impacto que a obra de construção da ferrovia possa trazer à população". "Essas alternativas incluem avaliar todas as possibilidades de desviar dos centros urbanos", afirma o texto. Anteriormente, outro desvio acresceu em dez quilômetros o percurso para evitar que os trilhos passassem pela Barragem Serro Azul, possível área de inundação.

A Transnordestina faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e é considerada prioritária pelo Governo Federal. Apesar de a presidente Dilma Rousseff, em visita ao canteiro de obras, ter afirmado que não alteraria o preço do empreendimento, orçado em R$ 5,4 bilhões, o primeiro balanço do PAC 2 de 2013 calcula a execução orçamentária em R$ 7,5 bilhões. A malha ferroviária terá extensão de 1.728 quilômetros e partirá de Eliseu Martins, no Piauí, com destino aos portos de Suape, em Pernambuco, e de Pecém, no Ceará. O prazo de entrega da ferrovia ainda é 2014.