Programa tenta atrair fornecedor para região

09/01/2013 - Valor Econômico

Em Bacabeira, na grande São Luís, a Alusa Engenharia e a americana Rocla investiram R$ 45 milhões para montar uma fábrica com capacidade de produzir 400 mil dormentes de concreto por ano. Esses dormentes são usados nas ferrovias da Vale. A fábrica tem previsão de duplicar a capacidade com um investimento adicional de cerca de R$ 25 milhões, disse Guilherme Godoy, presidente da Cavan Rocbra, sociedade entre a Alusa e a Rocla.

A expansão da unidade de produção de dormentes em Bacabeira depende, porém, de uma sinalização da Vale em relação à demanda futura de dormentes. A Cavan Rocbra se instalou no Maranhão a partir de um trabalho de atração de fornecedores feito pela Vale. A mineradora tem interesse em atrair para a região empresas que fornecem bens e serviços para os seus projetos de expansão no Norte do país.

Godoy disse que a Cavan Rocbra tem contrato para fornecer 740 mil dormentes para a Vale com uma opção que pode levar a encomenda para 3,25 milhões de peças. Se a opção for confirmada, haverá necessidade de expandir a capacidade da fábrica, disse Godoy, que também é vice-presidente da Alusa Engenharia.

O executivo afirmou, no entanto, que a mão de obra tem sido um problema para as empresas que se instalam no Maranhão. Ele disse que é preciso investir em treinamento, mas diversos projetos de investimento em curso no Estado têm provocado alta rotatividade de trabalhadores. "Estamos trabalhando em um plano de incentivo de retenção de mão de obra", afirmou. A ideia da Cavan Rocbra é oferecer "prêmios" que estimulem a permanência dos funcionários.

A Vale informou que mais de 85% dos trabalhadores empregados nos canteiros de obra da empresa na região, entre projetos de ferrovia e porto, incluem mão de obra local. José Roberto Diniz, líder-executivo do Programa Capacitação Logística Norte da Vale para as obras de porto, disse que a empresa fez um programa de treinamento em diversos municípios para funções como pedreiro, carpinteiro e eletricista. "É um treinamento que transcedente a implantação do projeto [da Vale]", disse. Por esse conceito, parte da mão de obra qualificada pela Vale para os projetos da empresa poderá ser aproveitada, no futuro, para empreendimentos de outras companhias.

Augusto Cesar Maia Araujo Junior, secretário-adjunto da Secretaria do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Maranhão, reconheceu que a qualificação da mão de obra é um desafio, mas afirmou: "Não temos nos omitido. O governo do Estado tem tentando minimizar o problema [da mão de obra] por meio de cursos em parceria com universidades e institutos técnicos. É interesse do Estado que o emprego fique aqui [no Maranhão]."

Fonte: Valor Econômico
Publicada em:: 09/01/2013