Governo terá participação maior na operação do trem-bala

13/12/2012 - Folha de São Paulo

Vencerá o leilão da primeira etapa a empresa que apresentar o maior valor de outorga pela operação do trem-bala.

Por Mariana Schreiber

O governo terá uma participação maior na operação do trem-bala e pretende colocá-lo para circular apenas em 2019, quando todo o trajeto Rio-São Paulo-Campinas ficar pronto.

O prazo máximo previsto para o início do serviço, porém, é 2021. As informações constam no edital, divulgado hoje, para a escolha da empresa que será sócia do governo na operação.

Ficou descartada, assim, a possibilidade de o trem-bala começar a circular em 2016 em trecho menores, disse o presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo.

A EPL será o braço do governo na empresa que vai operar o serviço. Sua participação, que seria de 30% inicialmente, subiu para 45%.

De acordo com Figueiredo, a participação estatal foi elevada para diminuir o risco do agente privado, tornando a licitação mais atrativa.

"Nossa expectativa é de que essa empresa vai ser muito lucrativa. Olhando friamente o mercado aéreo e rodoviário hoje, nós não vemos risco de demanda", disse.

Nessa etapa de implantação do trem-bala, o governo vai escolher a empresa que vai fornecer os equipamentos e operar o sistema por 40 anos. As propostas serão recebidas em 13 de agosto de 2013 e o resultado sai no dia 19 de setembro.

No início do próximo ano, o governo pretende contratar um projeto executivo para a obra e, em seguida, escolher uma empresa para construir a linha e as estações. A previsão é começar as obras na segunda metade de 2014.

Vencerá o leilão da primeira etapa a empresa que apresentar o maior valor de outorga pela operação do trem-bala. O valor mínimo a ser arrecadado é de R$ 27 bilhões, que serão pagos só quando o trem-bala começar a circular. Esses recursos serão usados para bancar os custos das obras de infraestrutura.

Além disso, a empresa vencedora do leilão, em sociedade com a EPL, vai gastar R$ 7,671 bilhões na construção das estações e compra dos trens, sendo que R$ 5 bilhões serão financiados pelo BNDES.

Se o valor arrecadado não for suficiente para pagar a construção, o governo vai complementar com recursos próprios.

O documento estabelece que o preço máximo a ser cobrado no trem expresso Rio-São Paulo, por "perna", seria de R$ 250 a preços de hoje. O valor será atualizado pela inflação dos próximos anos. O tempo máximo da viagem será de 99 minutos, e haverá 42 trens por dia em cada trecho.

A previsão é de que 40 milhões de pessoas usem o serviço por ano quando ele começar a operar, em 2020, sendo 10 milhões no eixo Rio-São Paulo. Hoje, cerca de 8 milhões usam a ponte aérea entre as duas capitais, disse Figueiredo.

Fonte: Folha de São Paulo