Governo quer a ferrovia Norte-Sul passando pela região de Umuarama

19/09/2012 - Jornal Ilustrado S/C Ltda.

O Paraná é a favor que a ferrovia Norte-Sul passe no Noroeste, Oeste e Sudoeste do Estado, que são as principais regiões agrícolas paranaenses. A posição foi defendida nesta terça-feira (18/09), em Brasília, pelo secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, durante audiência pública na Câmara Federal.

O debate, promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, teve como objetivo discutir o impacto econômico dos projetos ferroviários incluídos no plano de concessões do Governo Federal e a implantação da Norte-Sul nos estados da região Sul.

A proposta defendida pelo governo estadual é que a Norte-Sul entre no Paraná pelo Noroeste, na direção de Maringá e Campo Mourão. Dali a estrada de ferro deveria seguir para Cascavel e descer em direção ao Sudoeste, entre Pato Branco e Francisco Beltrão, até entrar em Santa Catarina e chegar ao Rio Grande do Sul.

A audiência contou com a presença de autoridades do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e com representantes dos ministérios dos Transportes e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Um dos diretores da Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, estatal responsável pela construção de ferrovias no País, participou da reunião.

O secretário José Richa Filho destacou ainda a necessidade de uma nova linha férrea ligando o Oeste paranaense ao Litoral. "Com o investimento ferroviário vamos melhorar a competitividade estadual e facilitar a integração modal", disse ele. O Porto de Paranaguáo, acrescentou, recebe em média 5.400 caminhões/dia, e com uma ferrovia cortando o Estado o produtor terá mais uma opção de transporte.

Richa Filho apresentou as vantagens da construção da nova linha, que sairia de Maracaju (MS), entrando no Paraná por Guaíra, passando por Cascavel e Guarapuava até chegar ao Porto de Paranaguá. "Em relação à proposta do governo federal há uma diferença de 130 quilômetros para menos. Isso representa frete menor e redução da sobrecarga de caminhões na BR-277. Além disso, esta opção gera muito menos impacto ambiental".

Ferroeste
A proposta de traçado da Norte-Sul apresentada pelo Governo Federal, afirmou Richa Filho, preocupa por não facilitar o acesso aos terminais portuários paranaenses, aumentando o transit time. "O traçado deve levar em consideração a malha ferroviária estadual e fazer a conexão com a Ferroeste". Em seu pronunciamento, o secretário disse ainda que a posição do Estado tem o apoio da sociedade civil organizada, a participação das federações estaduais de Indústria e Agricultura, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), entre outras instituições.

Legislativo
O deputado federal paranaense Rubens Bueno, que participou da audiência pública, disse que "o projeto da Norte-Sul apresentado pelo Governo Federal é uma espinha dorsal com bico de papagaio". Segundo ele, a crítica se justifica na medida em que o planejamento oficial tira o Paraná do processo logístico e econômico do País. Bueno disse ainda que a Valec deve tratar o assunto como de interesse nacional para diminuir o Custo Brasil. O deputado federal Eduardo Sciarra questionou o traçado inicialmente apresentado e defendeu a discussão mais ampla do assunto para que as regiões produtivas não sejam prejudicadas pela construção de linhas férreas distantes dos pontos estratégicos de embarque de mercadorias. O deputado federal Reinhold Stephanes disse que a construção das novas ferrovias no Paraná deve se integrar ao PAC das Concessões, com a visão de atender todos os segmentos da economia regional, estadual e nacional.


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