Geração de empregos em 2012 surpreende setor ferroviário

07/09/2012 - Expresso MT

Expectativa da ANTF era alcançar 44 mil postos de trabalho neste ano, mas já são quase 47 mil.

Apesar dos inúmeros desafios, o setor ferroviário brasileiro está otimista. Desde 2003, pelo menos cinco diferentes planos de desenvolvimento apresentados pelo Governo Federal incluem o tema como uma das prioridades para investimentos. “Como um país continental, precisamos estabelecer uma realidade diferente da que temos. Ações como o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) traçam exatamente o cenário que queremos, em que é possível visualizar o horizonte com planejamento”, ressaltou o presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, nesta quarta-feira (5), durante o segundo e último dia do V Brasil nos Trilhos, em Brasília (DF).

Vilaça reforçou que o compromisso das concessionárias é com o contínuo aperfeiçoamento do setor, por meio da união de esforços do governo e iniciativa privada para fomentar o modelo de transporte. Ele mostrou dados que comprovam que as concessões, realizadas em 1997, estão dando certo. Para 2012, por exemplo, a expectativa é movimentar R$ 5,3 bilhões. Além disso, o setor tem gerado mais empregos que o esperado. “Já estamos com 46.797 trabalhadores em atividade, sendo que esperávamos encerrar o ano com 44 mil postos de trabalho. No entanto, faltam profissionais qualificados”, disse o dirigente da ANTF.

Para sanar a carência, 13 universidades federais já anunciaram que vão ofertar cursos direcionados para o modal. A Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, pretende disponibilizar, a partir do próximo ano, o curso de Engenharia Ferroviária.

Retomada
De acordo com o presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), José Alberto Ribeiro, o governo tem demonstrado perseverança tomando as decisões certas. “A criação da Empresa de Planejamento de Logística (EPL) representa uma tentativa para arrumarmos essa desorganização com a qual convivemos, em que há o início de projetos, porém, sem continuidade”, destacou.

Para o presidente da EDLP, principal acionista da empresa Contrail, Guilherme Quintella, o Brasil joga fora US$ 100 bilhões por ano devido à ineficiência logística, valor que deve ser reduzido nas próximas décadas. “O governo mudou o plano logístico brasileiro. Pela primeira vez estão sendo priorizadas as ferrovias. É uma decisão histórica”, frisou.

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, participou da solenidade de encerramento do V Brasil nos Trilhos. Em seu discurso, ele enfatizou a importância do papel não apenas do governo. “Cuidamos muito mal das nossas ferrovias no século passado e, agora, temos um importante trabalho de resgate. Na realidade, essa retomada já começou com a atuação dos concessionários, mas ainda temos um grande trabalho pela frente, um horizonte com desafios largos para vencer, e isso depende do esforço de todos nós”, afirmou o ministro.

Mais de 700 pessoas entre autoridades governamentais, executivos, acadêmicos, parlamentares, fornecedores, transportadores, operadores logísticos e usuários participaram dos dois dias de evento.