Crescimento de Viracopos depende de linhas férreas, diz concessionária

17/09/2012 - G1

Projeto de ampliação do aeroporto foi apresentado nesta segunda-feira.Trens de alta e baixa velocidade são necessários a médio prazo.

Por Leandro Filippi

O crescimento de Viracopos depende que projetos de linha férrea, como Trem de Alta Velocidade (TAV), saiam do papel, segundo a concessionária que administrará o aeroporto de Campinas (SP) por 30 anos. O plano de ampliação foi apresentado nesta segunda-feira (17) e prevê a integração com sistemas de transporte férreo e rodoviário.

Atualmente, o aeroporto recebe sete milhões de passageiros por ano e a expectativa é que esse número dobre até 2014, chegando a 80 milhões no fim do contrato, uma elevação de 1024% no movimento. Segundo o presidente do conselho de administração da concessionária, João Santana, na segunda fase do projeto, a partir de 2015, está prevista a construção de estações para trens de alta e baixa velocidade.

"Para chegar a 80 milhões de passageiros, o aeroporto necessita de ligações ferroviárias, seja o trem de alta velocidade como também os trens regionais. É muito importante que isso ocorra, mas estamos seguros que irá ocorrer", disse Santana. A concessionária disse que a previsão é baseada na expectativa de crescimento da economia brasileira juntamente com o potencial da região de Campinas.

Trens
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), atualmente o TAV está em fase de audiências públicas. Nesta quinta-feira (20), ocorrerá a penúltima delas em Campinas e o edital deve ser publicado no Diário Oficial da União em 31 de outubro. Ainda de acordo com a ANTT, a expectativa é que o trem esteja 100% operacional em 2020.

Já os trens regionais, projeto do governo do Estado de São Paulo que pretende integrar Campinas a Jundiaí e São Paulo, tem previsão de início das obras é para 2014 e o começo da operação do trem expresso é para 2016. Contudo, uma eventual ligação com Campinas está prevista apenas na segunda fase.

A curto prazo, Santana disse que alterações serão feitas na Rodovia Santos Dummond, com intuito de facilitar o acesso ao aeroporto. De acordo com o presidente, o crescimento de Viracopos na primeira fase do projeto de ampliação, que visa a Copa do Mundo de 2014, ocorrerá independentemente do início da operação dos trens.

A Aeroportos Brasil Viracopos informou ainda que tem "conversado" com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) sobre a necessidade de intervenções em vias de acesso ao aeroporto e falou também em aumento no número de pistas nas rodovias do entorno, que ficariam a cargo das concessionárias responsáveis.

Operação
O processo de transição da operação do aeroporto da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para a iniciativa privada foi iniciado no último dia 13 de agosto e está dividido em duas etapas. Até meados de novembro a operação segue sob responsabilidade da Infraero, mas é assistida pela equipe da concessionária, que está se familiarizando com todos os processos.

Posteriormente, a Aeroportos Brasil Viracopos assume a operação de Viracopos, com a supervisão da Infraero, por um prazo de 90 dias. Em fevereiro de 2013, a responsabilidade da operação de Viracopos passa a ser exclusiva da concessionária.