Bernardo quer retomar trabalho do Geipot

05/09/2012 - Revista Ferroviária

"Logística não é a mesma coisa que infraestrutura. Não adianta termos infraestrutura se não tivermos operação. Não adianta construirmos estradas se o caminhão tem 18 anos, o motorista trabalha 19 horas por dia e dirige acima do peso. Da mesma forma, não adianta construirmos ferrovias se os benefícios gerados por ela não forem dirigidos ao setor produtivo", disse nesta terça- feira (04/09), o presidente da recém criada Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, no primeiro dia do V Brasil nos Trilhos, organizado pela ANTF em Brasília.

"A distância média percorrida pelos trens de carga no Brasil é de 600 km, menos que o caminhão, o que é um contrassendo. Precisamos resgatar um processo de reflexão sobre logística no Brasil que seja capaz de relacionar investimento em infraestrutura com organização do setor como um todo, passando pelos portos, travessia das cidades e outros obstáculos que hoje retem a carga", acrescentou.

Bernardo lembrou o tempo em que era estagiário, na formação do Geipot como empresa, em 1973, quando o Brasil passava por um período de crescimento econômico acelerado. Esta expansão trouxe a necessidade de discutir logística de maneira qualificada, o que desapareceria no final da década de 90, com a longa estagnação econômica que o Brasil viveu até anos recentes: "o estudo da logística e o planejamento das ações acabou porque  a necessidade de transporte em si mesmo diminuiu. De 1970 para cá não construímos mais de 2 mil km de ferrovias".

O presidente da EPL vê a retomada do crescimento impondo a necessidade de uma logística mais eficiente, para reduzir custos domésticos e possibilitar competição no mercado internacional: "não é investir por investir, é investir de modo articulado", concluiu.