Bernardo: concessionários já aceitam mudança

14/09/2012 - Revista Ferroviária

Diante de presença recorde dos membros do Conselho de Infraestrutura da Fiesp - Coinfra -  reunidos para ouvi-lo, nesta quinta-feira (13/09), o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, afirmou que cessou a  oposição dos concessionários diante das mudanças propostas pelo governo às regras para a operação e o investimento nas ferrovias: "houve uma evolução no entendimento do assunto e os concessionários perceberam que é melhor operar sobre linhas em boas condições, mesmo que não estejam mais sob seu controle, do que ficar pagando arrendamento de uma malha em mau estado, que eles não utilizam". Bernardo se referia ao novo marco regulatório que desde julho do ano passado a ANTT e, agora, a EPL estão adotando para o transporte ferroviário, e que significam, na prática, o fim do controle exclusivo das empresas concessionárias sobre a malha ferroviária, inclusive a já concedida.

Durante o segundo semestre do ano passado, e até o anúncio pela presidenta Dilma do novo programa, em 15 de agosto, havia a possibilidade da ANTF recorrer à justiça para fazer valer a letra original dos contratos de concessão. Bernardo foi aplaudido pelos conselheiros e já está programando uma visita à Federação das Indústrias de Minas Gerais e a outros estados.

Para as ferrovias, os 12 projetos básicos que serão oferecidos à iniciativa privada (ver "União investirá R$ 91 bi em ferrovias") já estão sendo elaborados por uma empresa de consultoria e ficarão prontos entre quatro e seis meses. A consultora está sendo paga pela Vale, a título de compensação por uma obra devida e não realizada pela empresa na malha da FCA.  "Faremos um estoque de projetos e começaremos os leilões em março do ano que vem", disse ele à imprensa, após a reunião.

Bernardo admite que um problema agudo é o corpo técnico que a EPL ainda não tem, e que não pode buscar no governo, porque não existe, para acompanhar estes e os demais projetos nos vários modos. Como solução de emergência, imagina buscar na Europa em recessão -  citou a França - os engenheiros ferroviários que nos faltam. "Mas o setor privado interessado também tem seus engenheiros e seu corpo técnico para ajudar".