Tetila quer levar Ferroeste inclusive para Itahum

08/08/2012 - Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul

O deputado estadual Laerte Tetila (PT) propôs, na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, um traçado alternativo para a ferrovia Ferroeste quando ela passar por Dourados. A proposta sugere o uso dos trechos já existentes no Distrito de Itahum e que pertencem à Noroeste do Brasil para redução de custos e, ainda, que o trem passe tangenciando a área urbana da cidade tendo uma parada na Cidade Universitária, onde estão instaladas a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul – UEMS e a Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD. 

“Com isso, nós poderíamos beneficiar o Distrito e, ainda, colocar em prática um sonho antigo na cidade, que é ter uma ligação direta no transporte para estudantes até a Cidade Universitária. Seria bom para todos”, justifica o deputado Tetila. 

Buscando implementar a medida, Tetila enviou cópias da proposta para o Ministério dos Transportes, para a VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. e para o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, onde ele pede estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da ligação ferroviária. 

O plano 

Em 1996, a Noroeste do Brasil desativou o ramal ferroviário de Itahum. Hoje restam apenas ruínas dos trilhos que fizeram chegar à Dourados centenas das famílias que acreditaram no desenvolvimento do município e das cidades vizinhas na época da Colônia Agrícola Nacional. 

No tempo presente, a possibilidade do retorno dos trens por meio da Ferroeste de Maracaju até a cidade de Cascavel/PR, passando por Dourados, reacendeu o sonho de ver as locomotivas cruzando os arredores do município e como Itahum já tinha uma infra-estrutura pré-moldada da Noroeste, Tetila decidiu que o melhor caminho era aproveitá-lo. 

“Pouca gente sabe, mas Itahum, em 2010, recolheu aos cofres da Fazenda Pública Estadual mais de R$ 21,7 milhões de impostos referentes ao pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Por que não beneficiar essa região trazendo os trens para seus trilhos mais uma vez e auxiliar em seu desenvolvimento?”, questionou o deputado. 

Já quanto ao transporte dos estudantes, a UFGD, por exemplo, está com plano de expansão e calcula que, até 2022, haja 45 cursos de graduação e 40 programas de pós-graduação, sendo 20 deles de doutorado, atendendo mais 5.940 novos alunos, fazendo a população universitária ser de quase 20 mil pessoas, sem contar outros milhares de alunos da UEMS. 

“Quase 10% da população da cidade estudará lá. O que será feito para deslocar esse contingente? Não seria o transporte ferroviário uma saída? Temos que pensar na Dourados do futuro. Talvez hoje a idéia seja diferente, mas os números mostram que até 2022 muita coisa mudará e não precisamos esperar que problemas sejam criados, podemos evitar que eles aconteçam”, ressalta o deputado Laerte Tetila.