Novas concessões vão reduzir o custo Brasil

19/08/2012 - O Estado de S.Paulo

O pacote de concessões rodoviárias e ferroviárias no País vai reduzir o custo Brasil, garante o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Segundo ele, um operador que opte por embarcar grãos produzidos na Região Centro-Oeste pelo Porto de Vila do Conde, no Pará, em vez do Porto de Paranaguá, no Paraná, passando pelas ferrovias que serão construídas e estarão prontas em cinco anos, vai economizar 4,3 mil quilômetros. "Isso dará ao produtor um ganho fenomenal", disse, em entrevista ao Estado.

Isso será possível, segundo Passos, pela construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), que ligará Lucas do Rio Verde (MT) a Uruaçu (GO). Lá, ela se encontrará com a Ferrovia Norte-Sul, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e irá até o Porto de Vila do Conde. Hoje, a produção de grãos dessa região, que chega a 37 milhões de toneladas de soja e milho, é transportada por caminhões até o Porto de Paranaguá, no Paraná, para ser exportada.

A produção de grãos da região de Maracaju (MS), de cerca de 5 milhões de toneladas, também poderá ser escoada por uma ferrovia, que irá até Mafra (SC) e, de lá, para Paranaguá ou para o Porto de Santos (SP), para o qual o ministro prevê grande disputa.

Isso porque, segundo ele, o governo pretende unir os trechos Norte e Sul do Ferroanel de São Paulo e o acesso ao Porto de Santos em um só lote. "Nós queremos pegar isso tudo num conjunto só e licitar como um negócio só. Isso significa que a gente resolve um problema, aumenta a eficiência e beneficia a operação de todas as concessionárias."

Passageiros. Ao retirar o tráfego de cargas da Grande São Paulo, será possível priorizar o transporte de passageiros nas linhas da CPTM. "O transporte de cargas passa na região urbana de São Paulo em janelas de tempo cada vez mais apertadas, entre 0h e 3h", afirmou Passos. "Ao segregarmos e construírmos linhas exclusivas para o transporte de cargas, restituímos ao Estado de São Paulo linhas que hoje são compartilhadas e poderão, deverão e devem ser utilizadas pelo transporte de passageiros. É óbvio que o transporte de pessoas tem mais prioridade."

Passos destacou que as concessionárias não correrão nenhum tipo de risco e que contarão com financiamento do BNDES. Ainda não há, porém, uma estimativa sobre quanto o governo vai desembolsar para adquirir a capacidade de transporte das ferrovias, que serão revendidas aos operadores interessados. "O governo vai pela tarifa mínima, e não vai fazer isso para obter lucro. O governo quer com isso eficiência logística", disse o ministro.