Ministra diz que trecho do TAV fica pronto na Olimpíada

24/06/2012 - Agência Anhanguera de Notícias 
 
A ANTT estima que o projeto, que já teve cronograma adiado várias vezes, terá custo total de R$ 33 bilhões, R$ 25 bilhões relativos à infraestrutura da ferrovia


Por Henrique Beirangê

A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, disse neste sábado (23) em Sumaré que o trecho do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Campinas e São Paulo deve ficar pronto antes da Olimpíada de 2016. De acordo com ela, o projeto completo, até o Rio de Janeiro, não estará todo concluído até os jogos, mas a criação da Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav) — estatal criada este mês para orientar e supervisionar a obra — fará com que o edital para a primeira etapa, que vai escolher a tecnologia e o operador do trem, saia “rapidamente”. A ministra não precisou uma data.

Segundo o decreto publicado, a Etav será uma sociedade anônima de capital fechado, vinculada ao Ministério dos Transportes, com capital inicial de R$ 50 milhões. O texto afirma que o Ministério dos Transportes ainda vai indicar um representante para a constituição da Etav, função que “será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada”.

No começo deste mês, o Ministério dos Transportes confirmou que a presidência da Etav, que será sócia dos investidores privados que arrematarem a concessão do projeto orçado, ficará sob responsabilidade do ex-diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo.

A ANTT estima que o projeto, que já teve cronograma adiado várias vezes, terá custo total de R$ 33 bilhões, R$ 25 bilhões relativos à infraestrutura da ferrovia.

O TAV deve ter 511 quilômetros de extensão A licitação terá duas fases. Na primeira, será feita a seleção da tecnologia e da empresa responsável pela estrutura, operação e manutenção do sistema. Na segunda, serão licitados o fornecimento da infraestrutura e o direito de exploração comercial das estações e áreas adjacentes.

Em Sumaré, Miriam participou da inauguração da ETA-2 do Parque Itália, que ampliou a capacidade de tratamento de água de 450 para 750 litros por segundo.

Na entrevista, ela falou da greve das universidades federais. Em São Paulo, o caso da Unifesp é o mais grave. O campus de Guarulhos teve as aulas suspensas pelos alunos há quase 90 dias, por falta de estrutura. “Houve precipitação na deflagração da greve. A proposta que o governo vai apresentar é muito boa e espero que essa questão seja resolvida rapidamente”, disse.

A paralisação completa 40 dias na próxima semana e atinge 55 instituições. Também em busca da reestruturação de carreira, os 40 mil servidores do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) anunciaram greve na última semana.

Apesar dos problemas enfrentados pela pasta, a ministra destacou a destinação de recursos direcionados à região de Campinas. “Temos um volume muito grande de recursos do PAC aqui na Região Metropolitana de Campinas. Em Sumaré, são quase R$ 150 milhões. E estamos abrindo recursos para pavimentação urbana, tratamento de água e esgoto e mobilidade urbana”, afirmou.