qualidade de projetos atrasam ferrovias

23/05/2012 - Valor Econômico

O diretor-presidente da Valec, José Eduardo Saboia Castello Branco, afirmou que o atraso das novas ferrovias brasileiras é decorrente da “má qualidade” dos projetos existentes. “Falta planejamento. Estamos refazendo o projeto da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, por exemplo. Gastaremos mais um ano fazendo o projeto executivo”, disse, durante encontro de logística e transportes, em São Paulo.

Ele afirma que há comissão de inquérito de campo fazendo levantamento de cerca de 900 quilômetros de obras da Ferrovia Norte-Sul para encontrar possíveis problemas de execução. “Vamos implantar uma sindicância para apurar responsabilidades e para saber quem causou esse desastre de engenharia. Não vamos rasgar contratos, mas vamos ter que refazer muitas obras”, afirmou.

Segundo o presidente da empresa, em alguns locais não houve preocupação com aterros e drenagem. “Não houve proteção vegetal e tiveram processos erosivos”, afirmou. Já a obra da Ferrovia Oeste-Leste, entre Ilhéus e Caetitê, teve o projeto refeito. “A obra já está em execução com projeto básico ruim, de segunda categoria, agora ela continua com projeto executivo”, disse, lembrando que o novo plano foi exigência do Tribunal de Contas da União (TCU).

Já a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, que estava com início de obras previstas para janeiro de 2012 foi adiada por 18 meses, para ganhar novo projeto executivo. “O projeto básico era ruim e o TCU condicionou o início da obra ao novo projeto”, diz.

Questionado sobre a possibilidade de contratação de projetistas estrangeiros para planejar novas ferrovias, o presidente da Valec afirmou que a má qualidade dos projetos atuais é decorrente do não é das projetistas, mas do prazo exíguo para realizá-los. “Quero fazer bons projetos com companhias nacionais”, ressaltou.

Castello Branco ressalta ainda que os projetos são contratados por licitações que levam em conta técnica e preço. “São critérios objetivos e não temos como mudar isso”, diz. Além da deficiência no planejamento da expansão da malha, o presidente da Valec avaliou que questões ambientais e desapropriações colaboram para a demora na conclusão das obras.

Comentários

  1. ”Alternativa tecnicamente melhor entre Anápolis-GO e Panorama-SP de expansão e trajeto da ferrovia Norte Sul EF-151.”

    1ª fase Interligar a ferrovia N/S em GO com a FCA existente passando pelas cidades de Araguari, Uberlândia, Uberaba-MG que hoje se encontram operando somente em bitola métrica, com a implantação de bitola mista, até o ponto que se encontram com a bitola larga em Campinas-SP.

    2ª fase Interligar em linha paralela com a N/S passando por Anápolis, Itumbiara-GO, Monte Alegre de Minas, Prata e Frutal-MG e adentrando pelo centro norte de SP na cidade de Colômbia, e seguindo por Barretos, Bebedouro, Jaboticabal, até Araraquara -SP, por uma ferrovia existente já em bitola 1,6 m, ambos os trajetos (fases) como função de linhas troncos.

    Fica aí já definida uma potencial rota para trens regionais de passageiros de médio e longo percurso São Paulo - Brasília, passando por muitas destas cidades citadas entre outras, além de um trajeto coerente para cargas, (dupla função) com o fator de sazonalidade igual a zero.

    Ligação MG com o porto da Bahia via Pirapóra, utilizando parte de trechos desativados no passado pela RFFSA.

    Ramal de ligação do município de Lucas do Rio Verde-MT a Uruaçu-GO interligando com a N/S.

    Ramal de ligação de Bacarena / Belém-PA a Açailândia / São Luís-MA ~450 km interligando com a N/S, para navegação de cabotagem EF-151.

    Ligação de Porto Murtinho-MS a Panorama-SP ~750km e a partir daí interligando com a N/S, pelo interior de São Paulo até Colômbia por ferrovia existente com a N/S, EF-151.

    Não coloquei como prioridade 0ª fase a urgência da entrada em operação do trecho pronto da N/S que de tão obvio se torna um absurdo estas providencias.

    A maior parte destas propostas é a de se utilizar ao máximo os trechos ferroviários existentes que se encontram desativados ou subutilizados, e os trechos novos complementares se limitam a;

    1-Ligação fer. N/S Anápolis / Itumbiara-GO Colômbia-SP ~380 km.
    2-Ramal de ligação do município de Lucas do Rio Verde-MT a Uruaçu-GO interligando com a N/S.
    3-Ramal de ligação de Bacarena-PA ao Açailândia-MA ~450km para navegação de cabotagem interligando com a N/S.
    4-Ligação de Porto Murtinho-MS a Panorama-SP ~750km interligando com a N/S, EF-267 pelo interior de São Paulo por ferrovia existente, que já se encontram interligadas com a N/S em Araraquara.

    Notas:
    Iª Com estas propostas ficam suprimidos os trechos Anápolis-GO / Estrela do Oeste –SP ~2255 km e Estrela do Oeste / Panorama-SP ~ 160 km.
    IIª Define a cidade de Panorama-SP de onde deve partir rumo ao Rio Grande do Sul da continuação da fer. N/S.

    Este texto se complementa com o "Como conseguir 700 km de ferrovia a custo mínimo" de Paulo Roberto Filomeno

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