Movimento pede a volta do trem de passageiros no trecho que liga BH a Lafaiete

15/05/2012 - http://www.jornalcorreiodacidade.com.br 
 
A ideia é que o transporte ferroviário seja, assim como foi no passado, uma opção viável para o deslocamento da população que hoje tem como única escolha o transporte rodoviário

A Associação Trem Bão de Minas, que reúne dez municípios de Minas Gerais, protocolou no Ministério dos Transportes, documento que solicita a participação do governo no estudo de viabilidade técnica para a volta do transporte ferroviário de passageiros no trecho que liga Belo Horizonte a Conselheiro Lafaiete, passando por Brumadinho e Congonhas.

De acordo com a presidente da Associação Trem Bão de Minas, a vereadora do PT de Brumadinho Lilian Paraguai, desde 2009 está em curso um movimento com autoridades e cidadãos que se organizaram para reivindicar a implantação do trem de passageiros na região do Alto Paraopeba, beneficiando, além de BH e Conselheiro Lafaiete, as cidades de Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, Brumadinho, Moeda, Jeceaba, Congonhas e Belo Vale.

A ideia é que o transporte ferroviário seja, assim como foi no passado, uma opção viável para o deslocamento da população que hoje tem como única escolha o transporte rodoviário, que é caro, inseguro e pouco eficiente, além da possibilidade de transportar pequenas cargas. “As cidades que serão contempladas com o trem de passageiros são servidas basicamente pela BR 040 e BR 381, ambas com gargalos e altos índices de acidentes”, lembra Lilian, ressaltando que o Vale do Paraopeba (Baixo, Médio e Alto Paraopeba) é uma das regiões que mais crescem em Minas Gerais, o que torna premente alternativas para a mobilidade, principalmente o Alto Paraopeba que cresce economicamente e demograficamente.

O prefeito de Congonhas, Anderson Cabido, que também preside a Associação das Cidades Históricas e o Consórcio Público pelo Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap), foi a Brasília acompanhado de Lílian Paraguai e do deputado federal Padre João para levar ao Ministro dos Transportes o pedido de apoio para o Trem Bom de Minas. “O turismo seria uma ótima opção de geração de renda nessas cidades”, afirma Cabido.

A ação tem como parceiros o Consórcio de Desenvolvimento do Alto Paraopeba e a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais (ACHMG. Segundo Lilian, de 2009 até agora, o movimento conseguiu mobilizar todos os 10 municípios, com representantes do poder executivo, legislativo e da sociedade civil. “A intenção agora é buscar novos parceiros para a viabilização da iniciativa, como o Iphan e o Ministério Público”, diz ela.

Em 2011 a Associação Trem Bão de Minas colocou em contato a Agência Metropolitana de Belo Horizonte e a UFMG. A partir de então, a Agência Metropolitana, por meio do Fundo Metropolitano, se comprometeu a subsidiar os estudos técnicos. Coordenado pelo professor Nilson Tadeu Nunes, do Departamento de Engenharia de Transporte e Geotecnia da UFMG, o estudo caracteriza a situação atual, analisando a viabilidade do uso da malha ferroviária da RMBH e arredores para transporte de passageiros.

Já foram levantados os trechos entre Águas Claras/Barreiro e Divinópolis/Prudente de Morais. O próximo trecho deverá ser o BH/Conselheiro Lafaiete e os outros com concessão da MRS Logística. Os estudos completos devem ficar prontos até setembro deste ano.

As principais reivindicações da Associação Trem Bão de Minas, além do primordial que é a volta do transporte ferroviário de passageiros, são também a promoção da cultura, o resgate da memória ferroviária e a defesa e a conservação do patrimônio histórico e artístico das estações ferroviárias e todo o seu entorno.