Obras da Ferrovia Norte-Sul trazem progresso para cidade

18/03/2012 - O Globo

Primeira colocada no ranking da Firjan, a cidade de Santa Isabel, a 190 quilômetros de Goiânia, viveu um boom durante as obras da ferrovia Norte-Sul. A arrecadação da prefeitura bateu recorde em 2010, dando fôlego para investimentos de todo tipo: da construção de uma escola à compra de ambulâncias, ônibus escolares, equipamentos médicos e até mesmo um lago — aposta de atração turística que, por ora, só ganhou a pedra fundamental.

Já no ano passado, porém, a fartura deu lugar a incertezas, após a conclusão do trecho de ferrovia que atravessa o município. Com 3,6 mil habitantes, Santa Isabel viu desaparecerem centenas de empregos diretos e indiretos. E a arrecadação da prefeitura caiu 15%, uma redução de R$ 2 milhões no orçamento de 2011.

O prefeito Levino Silva (DEM), pré-candidato à reeleição, minimiza o impacto do fim das obras, mas admite que gerar emprego é seu maior desafio. Ele espera que a Valec, estatal responsável pela ferrovia, cumpra a promessa de instalar um porto seco — pátio onde são colocadas e retiradas cargas dos trens.

Com a gestão elogiada até por adversários, Silva diz que as contas da prefeitura estavam no vermelho quando assumiu o cargo, em 2009, após quatro anos como vice-prefeito. Trabalhador rural na juventude, perdeu o antebraço esquerdo num triturador de cana. Fez curso de gestão pública na Universidade Estadual de Goiás e, ao ser eleito, pôs em prática boa parte do que aprendeu.

O primeiro ano foi acompanhado de medidas impopulares: cortou gratificações, limitou o pagamento de hora-extra e criou um sistema de ponto na Secretaria da Saúde, para a qual nomeou como titular a primeira-dama Rosângela Marinho. Por economia, a prefeitura adotou horário de meio expediente:

— Determinei que não se comprasse mais um parafuso sem a minha autorização.

Num esforço para recuperar as finanças, mapeou as principais atividades econômicas, que giram em torno da agropecuária, e contratou consultorias para melhorar a arrecadação. Elas correram atrás de frigoríficos que compravam gado em Santa Isabel, mas recolhiam impostos em cidades vizinhas.

Turbinada pelas obras da Norte-Sul, a ação deu resultado. Em 2010, a receita da prefeitura com ISS aumentou dez vezes em relação ao ano anterior. Com os cofres cheios, Silva investiu: asfaltou ruas, construiu dois centros comunitários e quadras esportivas, comprou dez veículos, entre eles o carro que dirige, um Polo automático, e passou a pagar o piso salarial nacional aos professores.

Santa Isabel permanece sem creches nem rede de esgoto. E o piso dos professores não foi reajustado este ano. Além disso, no ano passado, a prefeitura pagou R$ 370 mil por um lago que, segundo moradores, foi feito pela própria prefeitura, há mais de 12 anos, numa nebulosa negociação com um fazendeiro já morto. Silva nega e diz que não é possível saber sequer se o fazendeiro reembolsou a prefeitura.

Comentários

  1. ”Alternativa tecnicamente melhor para Tocantins, Goiás, Minas e São Paulo de expansão e trajeto da ferrovia Norte Sul”

    Proposta de extensão do trajeto para linha ferroviária Norte Sul, que além de mais vantajosa com relação à proposta original, que está planejada para passar pelos extremos oeste mineiro, Limeira do Oeste e Iturama, e paulista em Santa Fé do Sul e Fernandópolis em locais de baixas demandas e fluxo de cargas, além de um custo e tempo muito maior para a implantação e operação a se somar aos vários anos paralisadas, ela é extremamente benéfica, econômica, de mais rápida utilização e tecnicamente mais conveniente principalmente para uma região importantíssima em Minas, o Triângulo Mineiro, que de sua divisa com Goiás no município de Itumbiara como Monte Alegre de Minas, Prata e Frutal, até adentrar ao centro norte de São Paulo na cidade de Colômbia, se irá restaurar, reaproveitar e revitalizar praticamente 100% das malhas paulistas e mineiras existentes rumo ao interior que hoje se encontram ociosas ou subutilizadas, além do fato de terminar exatamente no mesmo local, o município de Panorama, podendo eventualmente ser utilizada para os futuros trens regionais de passageiros entre São Paulo e Brasília, algo que se torna inviabilizado se for mantida a atual proposta original política, ou ainda por Araguari, Uberlândia, Uberaba, Ribeirão Preto, Campinas, Jundiaí e São Paulo atualmente servidas por uma ferrovia particular, que poderá ser revigorada, uma vez que hoje funciona de forma precária a F C A antiga Mogiana que recentemente devolveu centenas de km de linhas e utiliza a bitola métrica e poderá instalar a mista e que finalmente poderá ter sua ligação consistente com São Paulo rumo ao porto, que é logisticamente mais conveniente, evitando que haja um trajeto inútil “passeio” pelo interior, e mais centenas de km de ferrovias paulistas tenham o mesmo destino das devolvidas pela FCA, ou seja o sucateamento.
    O texto complementar completo referente ao estado de SP pode ser visto em “Abrir os gargalos” na Revista Ferroviária, ou em São Paulo TREM jeito, onde consta um mapa ilustrativo.

    “Como conseguir 700 km de ferrovias a custo mínimo” de Paulo Roberto Filomeno

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