Ferronorte deve escoar commodities do MT em 2015

26/10/2011 - Olhar Direto

Cerca de 60% das exportações de commodities de Mato Grosso serão escoadas pela ferrovia em 2015, aposta a América Latina Logística (ALL) empresa concessionária e responsável pelas obras da Ferronorte.

O Terminal Ferroviário de Rondonópolis, que deve ser chegar à cidade em dezembro de 2012, terá capacidade para transportar 120 toneladas por vagão do trem, o equivalente a quatro caminhões bitrens. Ao todo, o trem puxará 120 vagões.

Com investimento de R$ 750 milhões, a ALL pretende saltar dos atuais 8 milhões de toneladas transportados para 12 milhões em 2013 e 15 milhões de toneladas de produtos em 2015. Os dados incluem o transporte de grãos como soja e milho, fertilizantes, combustíveis, minérios e outros tipos de cargas.

Balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que Mato Grosso exportou US$ 7,1 bilhões de janeiro a agosto deste ano contra US$ 5,9 bilhões no mesmo período do ano passado. A evolução de 16% nos dados é puxada pela soja, carne e milho. Mais de 50% dos produtos comercializados pelo Estado tem como destino a Ásia.

O superintendente de projetos da ALL, Adriano Bernardi, apresentou o projeto do Terminal de Rondonópolis na sexta-feira (20) durante a mesa redonda “Impacto da chegada da Ferronorte em Rondonópolis”, proposta pelo deputado federal Wellington Fagundes (PR), com a presença do presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara Federal, deputado João Maia (PR/RN), governador Silval Barbosa, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, empresários e lideranças de bairro.

Com área de 385 hectares e distante 30 km do centro da cidade, o Terminal da Ferronorte destinará ao menos 25% da área total para estacionamento, o equivalente a quatro mil caminhões, ou 120 km dos veículos pesados enfileirados.

Dezesseis indústrias devem se instalar no complexo da ALL. A primeira delas a Noble Group já iniciou as obras. Serão gerados três mil empregos diretos no local. Além do complexo às empresas, a área conta com área de serviços do tamanho similar a de 30 estádios de futebol. Conforme o superintendente estão previstos no local bancos, lotéricas, hotel, restaurante, dentre outros serviços no centro comercial dentro do terminal. “Isso ajuda a evitar que os funcionários tenham que se deslocar 30 km para se alimentar ou pagar contas. Facilita para eles e aos caminhoneiros”, explicou.

Frete

O representante da ALL no evento disse que não é possível dizer em quanto o frete deverá ser barateado após a chegada da ferrovia em Rondonópolis. “Ainda é cedo para avaliar o impacto, mas pelo volume transportado, o impacto será significativo”. Conforme a Associação de Produtores de Soja (Aprosoja) os custos do frete variam entre o pico da safra e a entressafra, mas pode chegar até 40% dependendo da região produtora.

O diretor executivo da Associação de Transportadores de Carga (ATC), Miguel Mendes, não acredita no barateamento do frete. “Você só vê o frete ferroviário reduzir na entressafra. No pico, eles se aproveitam e colocam o preço que querem. Não acredito que o custo do frete irá reduzir sem concorrência ferroviária, pois a ALL tem monopólio, com os transportadores é diferente porque concorrem entre si, sem contar os autônomos”, disse.

Mendes aposta que as filas quilométricas de caminhões nos terminais de Alto Araguaia e Alto Taquari também devem ocorrer em Rondonópolis. “Na triagem deles há vagas para 600 caminhões. É pouco, já que o projeto inicial era para duas mil vagas. Quando começar a operacionalização do terminal em 2012, sem a duplicação da BR-364 do posto Trevão ao terminal, os caminhoneiros devem ocupar a margem da pista até conseguir entrar no local”, comentou.

Fonte: Agência T1