Ferrovia Norte Sul em Colinas já carrega 50 mil toneladas mês

25/05/2011 - www.surgiu.com, Márcio Raposo 

O Pátio ferroviário de Colinas já despacha mensalmente cerca de 50 mil toneladas de soja para o Porto de Itaqui, no Maranhão, a 968 quilômetros de distância


O Pátio ferroviário de Colinas já despacha mensalmente cerca de 50 mil toneladas de soja para o Porto de Itaqui, no Maranhão, a 968 quilômetros de distância, que geralmente será percorrido em dois dias. No porto, os grãos são embarcados em navios graneleiros que tomam o rumo do mercado internacional, com destinos seguros em direção a América, Europa e Ásia. 

Em Palmas, a montagem do pátio ferroviário que vai servir a Capital e adjacências está fazendo parte da pauta do governador Siqueira Campos, preocupado em viabilizar o quanto antes a completa operação da Ferrovia Norte Sul em todo o Estado. Em 9 de fevereiro, o governador reuniu-se com os empresários representantes das empresas vencedoras da licitação dos lotes das área do pátio de transbordo que fica a 25 quilômetros do centro de Palmas. Participaram Nova Agri, Norship, Cosan , Petrobrás Distribuidora, Vale e Bunge Alimentos, além de representantes da Valec. Siqueira deixou patente que não vai medir esforços para fazer com que as empresas viabilizem seus empreendimentos. 

Um dos projetos apresentados naquela ocasião é o da Petrobrás Distribuidora, que prevê o transporte de 30 milhões de litros de combustíveis por mês, podendo chegar a 75 milhões de litros utilizando com base o terminal ferroviário de Palmas. 

Já em Colinas, em franca atividade, para se chegar ao transporte mensal das 50 mil toneladas, uma sofisticada operação logística é colocada em prática. Para tanto, pelo menos 100 bi-caminhões com quase 40 toneladas de soja cada despejam o produto, três vezes por semana, no silo de seis mil toneladas do pátio ferroviário de Colinas, a 300 quilômetros de Palmas. A empreitada de descarregamento, através da utilização de guindastes, sugadores e outros equipamentos pressurizados, alivia a carga de grãos das carrocerias graneleiras em apenas alguns minutos. 

Daí, é só fazer a operação inversa, agora carregando a composição ferroviária, através de um complicado sistema de túneis, em que os grãos sobem e descem nos corredores de vácuo, até serem enviados para um dos oitenta vagões containers com capacidade para 92 toneladas cada unidade, todos umbelicalmente ligados às duas locomotivas mãe. 

Em Colinas, a taxa de descarregamento de soja, conforme previsão da própria Vale, empresa responsável pela operação da Ferrovia Norte Sul, poderá chegar a 25 caminhões em apenas uma hora. 

Descarregar os graneleiros, portanto, e preencher os vagões ferroviários com as quase 4 mil toneladas de grãos por vez, já virou rotina naquele pátio de transbordo, cuja atuação faz com que o produto seja imediatamente encaminhado, via ferroviária, na mais absoluta segurança, para o porto de Itaqui, no Maranhão. 

Cálculos preliminares dão conta de que o caminho geográfico deste tipo de exportação, agora vencido com a ferrovia, foi reduzido à metade, se levar em conta que antes o produto tinha que descer até Santos-SP, para depois subir passando pelo Nordeste,em direção aos mercados internacionais. 

Porém, a grande quantidade de soja que está sendo transportada pela Ferrovia Norte Sul a partir de Colinas apenas parcialmente é produzida nos campos tocantinenses. Os bi-caminhões que chegam ao pátio arrastam o produto até mesmo do interior extremo do Mato Grosso. Na última semana, foi feito registro naquele terminal do ingresso da soja de São Felix do Xingu, MT, num percurso superior a 1.100 quilômetros. 

De qualquer forma, está cada vez mais presente nos vagões da Norte Sul, a soja, por exemplo, cultivada no platô tocantinense conhecido como “garganta”, na região de Dianópolis. Não fosse a ferrovia Norte Sul, tal produto ganharia as distâncias das estradas da Bahia, buscando os portos mais ao sul do Pais, perdendo competitividade, reduzindo as margens de lucros dos operadores de grãos, e frustrando o ingresso de divisas no País.