Alckmin quer novo traçado para TAV e trem regional

05/11/2010 - Viracopos Portal de Serviços

O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), quer negociar com o governo federal e a equipe de transição de Dilma Rousseff (PT) mudanças no traçado do trem de alta velocidade (TAV). O próximo governo paulista quer que o TAV deixe de passar pelos aeroportos internacionais de Viracopos (Campinas) e de Cumbica (Guarulhos). A ligação deles com a cidade de São Paulo seria feita por um trem expresso separado, que trafegaria entre 160 km/h e 180 km/h. 

O atual traçado do TAV prevê ligar Campinas ao município do Rio de Janeiro, passando obrigatoriamente por São Paulo e por Cumbica no caminho. Mas, para a equipe que trabalha na transição do governo estadual, a melhor maneira de organizar o transporte entre os dois aeroportos internacionais e a Capital paulista é por meio de um trem regional, que poderia ser mais barato e ter saídas mais frequentes. 

O ex-secretário de Transportes Metropolitanos na gestão anterior de Alckmim e líder da equipe de transição do governo estadual, Jurandir Fernandes — que também foi secretário municipal de Transportes em Campinas —, afirmou que, se o País continuar crescendo a taxas superiores a 5%, nos próximos quatro anos o sistema Anhanguera-Bandeirantes vai estar saturado. “Não há necessidade de um TAV para ligar os aeroportos, podemos ter um trem rápido com saídas mais frequentes de até seis partidas, a cada dez minutos. Enquanto o TAV seria construído para ligar São Paulo ao Rio de Janeiro, com partidas mais espaçadas, em torno de 15 a 20 minutos. Vamos apresentar esse projeto e propor uma discussão. Não somos contra o TAV, só não vemos a necessidade de um trem de alta velocidade para ligar os aeroportos”, disse. 

A estimativa é de que o trem rápido seja implantado em dois anos. “Dos 92 quilômetros de São Paulo até Campinas, mais os 18 quilômetros de Campinas a Viracopos, aproveitaríamos tudo. Teríamos que refazer somente 20 quilômetros que estão localizados nas cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato e Caieiras na Grande São Paulo”, afirmou. A ideia é que o TAV saia de São Paulo e, no caminho para o Rio de Janeiro, só tenha paradas depois da Região Metropolitana. 

Além do prazo menor das obras, já que ainda não existe nada definido em relação ao traçado do TAV, uma outra razão pela opção do trem rápido é a economia. A iniciativa privada seria responsável pela construção e administração da linha, que custaria cerca de R$ 3,5 bilhões. “O valor é três vezes menor que o custo do TAV estimado para o trecho, que é de aproximadamente R$ 10 bilhões”, afirmou Fernandes. Além de menos obras civis, o material rodante do trem rápido é mais barato, pois não exige rede elétrica. “É um trem rápido, moderno, que tem um motor diesel e a tração é elétrica. Ele é silencioso e muito confortável”, disse Fernandes. 

Segundo o líder de transição do governo paulista, outros trens regionais cujos estudos foram iniciados na atual gestão devem sair nos próximos anos.