Estudo de consultores do Senado mostra riscos do TAV

08/10/2010 - Transporte Idéias

Com base em estudo de consultores do Senado, o projeto do primeiro trem de alta velocidade (TAV) brasileiro pode estar fadado ao fracasso, segundo o jornal “Valor Econômico”. A publicação mostra que o projeto do Brasil foi comparado com o de outros países.

O consultor Marcos Mendes, responsável pelo estudo, resumiu o problema: “É a crônica de um prejuízo anunciado”. O trabalho apresentado aponta alguns problemas, como o custo subestimado, demanda insuficiente, tarifa cara, falta de interconexão com outros meios de transporte e ausência de análise de projetos alternativos.

De acordo com o levantamento, o valor da obra (R$ 34,6 bilhões) está longe da realidade. O edital do TAV estima que o preço das obras por quilômetro rodado no país será de US$ 33,4 milhões, enquanto o padrão internacional fica entre US$ 35 milhões e US$ 70 milhões.

O relatório argumenta que não há razões para acreditar que o preço do Brasil ficará próximo do piso. Outro problema apontado é o traçado inclinado, já que a subida da Serra do Mar está incluída no percurso. Mais da metade do orçamento (52% - R$ 17,8 bilhões) está alocada na construção de túneis, pontes e viadutos.

A preocupação maior dos consórcios interessados, segundo o estudo, é saber se vai haver demanda suficiente para justificar o investimento. O projeto do Brasil espera fazer 6,4 milhões de viagens por ano entre São Paulo e Rio. Em outros países já foi notado que são necessárias pelo menos 20 milhões de viagens anuais para bancar apenas os custos operacionais.

Os grupos interessados no TAV brasileiro também têm outras preocupações. Uma delas é o fato de José Serra, candidato à presidência, ser um crítico do projeto.