Brasil trai Italplan


12/08/2010 - Firenze, Jornal Repubblica


“Vamos Salvar a Italplan de Terranova Bracciolini”. É isso que escreve o assessor do Trabalho da Região, Gianfranco Simoncini, ao Ministro do Exterior Franco Frattini.  A carta de apelo foi enviada à Farnesina [Ministério do Exterior], pois uma “controvérsia internacional” surgiu com o Brasil em torno desta empresa de Arezzo, “pequena, mas excelente”. E se a controvérsia não for resolvida, a Italplan corre o risco de passar por dificuldades, com todos os seus 40 funcionários entre engenheiros, arquitetos e geólogos.
A empresa de Terranova participou, em 2005, de uma concorrência e foi selecionada para elaborar o projeto da nova ferrovia de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil: um percurso de 405 quilômetros, dos quais 280 são subterrâneos.
Durante cinco anos, a empresa de Arezzo trabalhou no projeto preliminar e, depois, executivo, com base na encomenda de 260 milhões de euros. E, agora, parece que, de repente, tudo mudou: a empresa concessionária das ferrovias brasileiras, Valec, mudou de ideia e não está honrando seus compromissos. A incumbência parece ter repentinamente desaparecido, com a consequência de abandonar uma empresa que, em razão do encargo recebido no Brasil, havia até mesmo se endividado muito.
“O não retorno do investimento pode castigar uma empresa inovadora que, não por acaso, conseguiu impor-se na competição internacional com suas próprias forças”, explica o Assessor do Trabalho, Simoncini.
Na carta enviada à Farnesina, ele recorda que apenas “depois de haver entregado o projeto, a Italplan soube que, por decisões políticas não bem discerníveis, seu projeto não seria mais a referência para a licitação”. E o futuro da Italplan, esclarece Simoncini ao ministro Frattini, “está indissoluvelmente ligado a uma solução favorável da controvérsia institucional”.