Empresas aprofundam estudos para trem-bala


09/08/2010 - Valor Econômico
As alterações promovidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para permitir a realização da licitação do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre as cidades de Campinas/São Paulo/Rio de Janeiro, não mudaram o ânimo das empresas em participar do leilão, previsto para o dia 16 de dezembro na BMF&Bovespa, em São Paulo. O financiamento público foi reduzido de R$ 20,8 bilhões para R$ 19,9 bilhões, sendo que o financiamento máximo proposto pelo governo representará 60% do novo custo do empreendimento, que foi reduzido pelo TCU de R$ 34,6 bilhões para R$ 33,1 bilhões. Os recursos virão do Tesouro Nacional, mas o contrato será firmado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O critério de julgamento será o menor valor da tarifa-teto, observado o valor máximo de R$ 0,49 por quilômetro.
A construtora Camargo Corrêa, que desde o ano passado havia sinalizado ao governo federal seu interesse em participar do processo, montou uma equipe multidisciplinar envolvendo as áreas jurídica, financeira e de engenharia para aprofundar os estudos e cálculos que irão embasar a proposta para a construção e operação do serviço. Não houve surpresas no edital, em relação ao que vínhamos acompanhando e, apesar de existirem pendências importantes sobre as condições de financiamento e garantias, por parte do BNDES, até agora não há sinais que inviabilizem nossa participação.
A Contern, do Grupo Bertin para a área de infraestrutura, mantém tem alternativas para viabilizar os investimentos em parceria com empresas sul-coreanas. O TAV é um projeto necessário e oportuno para o Brasil, diz Antonio Kelson, presidente da empresa.
A espanhola Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles S.A. (CAF), uma das líderes internacionais no desenho, fabricação e manutenção de equipamentos e componentes para sistemas ferroviários, mantém a disposição para construir o primeiro trem-bala brasileiro. A empresa trabalha com modelagens financeiras para viabilizar a participação direta na obra e não apenas como fornecedora de equipamentos e sistemas. Estamos examinando o edital, fazendo as contas, examinando os riscos e negociando com parceiros brasileiros e estrangeiros com muita serenidade, diz Paulo Fontenelle, presidente da CAF do Brasil. Segundo ele, o projeto brasileiro pode ser beneficiado com o avanço da tecnologia, que estaria amadurecida o suficiente para pular etapas em relação a outros projetos do mundo.